Ela pensou na mãe. Hoje era um dia em sua homenagem!
O pensamento foi rapidinho pro lado dela. Lembrou da infância, dos prazeres de vestir o salto alto escondito e se enfeitar de colares e roupas que não lhe cabiam. Lembrou também da farra que fazia com o mimiógrafo, enquanto a mãe rodava lições de casa paras crianças.
Ela queria crescer e ser como ela. Mas, não queria ser professora! Isto não! Os alunos tiravam-lhe um tempo precioso. Por isto que, por vezes, tentou jogar livros e cadernos pela janela abaixo. Era a mãe dela! Não deles...
Ela queria ser a mulher; aquela que, mais que carinho e amor, lhe distribuiu verdades.
Aquela menina era, sem dúvida, uma privilegiada! Afinal, aprendera grandes lições com a mãe (esquece a professora!):
"As pessoas vão pisar no seu calo. Mas, você tem todo direito de gritar de dor".
"Você não precisa ser a mais bonita. Se você for inteligente, eles irão te notar".
"Um engov antes e um depois resolve qualquer porre".
"Se você não tem dinheiro pra uma longa viagem da qual ninguém discuta os motivos, melhor ficar no 'sexo and rock in roll' e deixar o resto pra lá. E lembre-se: você não achou sua Dirce no lixo"
"Não precisa plantar árvore, nem ter filho, nem escrever um livro. Mas, tem que ler. Até bula de remédio serve. E não precisa decorar. Sua interpretação é o que vale".
"Se você vai comer como uma porca, não adianta chorar porque a calça não fecha"!
E a melhor de todas: "Aconteça o que acontecer, você pode sempre voltar pra casa"
Esta é a minha mãe. A mais amada e mais admirada. Obrigada Senhor por te me dado um porto tão seguro!
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