Se minha vida fosse definida em um livro, ela decididamente não seria um diário. Sabe se lá porquê, apresento uma certa dificuldade em guardar segredos.
Assim, se alguém chegar e disser "não conta pra ninguém", no máximo vou revelar pra minha mãe e só se a fofoca for muito relevante (ou render algumas gargalhadas, tipo: fulana riscou o carro da beltrana que tava com a boca na butija do bofe que não era dela!!!); do contrário, não conto.
Agora, quando acontece comigo... ai colega, a coisa muda de figura !!!
Juro! Já tentei. Olhei bem no fundo de mim mesma, fiz cara de mau pro espelho e disse "não conta pra ninguém".
E o que acontece sempre e toda vez? Absolutamente nada disto. Claro!
Sem querer, as palavras ganham vida própria e vão saindo. Até antes do "oi, tudo bem?" já estou ou botando as máguas pra fora.
Por isto é que quando escuto: "minha vida é um livro aberto". Vem aqui óóó´... no gogó... porque gente... "eu sou as páginas amarelas".
Problemas com colega de trabalho? Eu te ajudo, sabe? Então...
Brigou com o marido? Menina, deixa eu te contar o que aconteceu lá em casa...
Tá com birra do irmão? Olha, teve uma vez ...
Remédio pra emagrecer? Eu descobri um negócio na internet...
E por aí vai porque eu, assim como a L'OREAL, tenho pra cada problema, CINCO soluções!
Conheci diários, vi revistas de fofoca, guardei romances, admirei suspenses e revisitei clássicos. E como é errando que se aprende, consegui firmar alguns alicerces de concreto puro e nobre.
Foi assim que criei minha própria história; nela coloquei poesia, inseri cores, rasguei algumas páginas, rabisquei certos detalhes e colei histórias que nem eram minhas, mas me ajudaram nas cenas do próximo capítulo.
Descobri, como diria o poeta, "que a vida pode ser maravilhosa" e que meu segredos são o melhor que há em mim mesma (olha outro poeta aí).
Descobri também que o que muda é a interpretação de quem me lê, mas esta é uma outra história e, quase sempre ela não ofusca meu sol....
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