segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Da janela do quarto

Tudo o que ela precisava naquele exato momento era que a janela estivesse aberta. Ela  queria horizonte. Queria olhar lá fora e se imaginar longe. Bem longe!
Contrário aos julgamentos alheios - de quem não lhe conhecia ou de quem julgava lhe conhecer - ela não queria fugir. Não era isto. Aquilo ali era tudo o que tinha planejado pra si.
Claro que talvez alguns detalhes pudessem ser revistos. Talvez, porque a obra não estivesse ainda pronta....
O rascunho, no entanto, era aquele mesmo: em cada coisa do seu dia havia presença firme do seu lápis Faber Castell e dos seus rabiscos.
A janela era, de certa forma, fonte de imaginação; uma inspiração de futuro e um jeito de retratar o passado.
Era onde ela ganhava forças pra voltar a pintar. Olhava o Sol e imaginava que seu desenho pudesse ficar melhor com um pouquinho mais de calor humano. Assim, com o lápis amarelo, dizia "eu te amo" e a vida ficava mais colorida.
Olhava o vento e logo corria desenhar seus pássaros. Afinal, liberdade sempre seria uma obra de arte louvável.
A janela funcionava como um Deus, ou Universo, ou Força maior. Era como se um sopro lhe invadisse a alma e lhe dissesse "é hora de continuar" e lá ia ela: cheia de graça, de sonhos e de cores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário