quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pra ler e reler: Adeus, China

Fazia tempo que eu não dava nenhuma dica de leitura né? É que (preciso fazer esta declaração!!!) sou bem apaixonada por livros idiotas - leia: amor, mulheres, piadas, moda, coisas fúteis.
Vocês sabem... eu amo Becky Bloom! E falar sempre de livro idiota é confessar minha idiotice.
Toda regra, no entanto, tem exceção e de vez em quando rola uma leitura culta , tipo "coisa de gente grande e inteligente preocupada com a civilização e a cultura".
Numa destas vezes, me deparei com "Adeus China".
Confesso que quando a bibliotecária me disse "leva este" olhei bem desconfiada pra ela. Da onde foi que ela tirou que eu quero saber o que acontecia do outro lado do mundo com um olhinho puxado que dança balé? Acho que ela percebeu, porque simplesmente disse "você não vai se arrepender". E foi assim... dito e feito!
O livro conta a biografia de Li Cunxim; um  super bailarino conhecido no mundo todo e que fugiu para os Estados Unidos vivendo sonhos, perseguição política, saudades da família e teve muita  garra pra vencer na carreira. Muita garra!!!
Assim, fique tranquila; o livro não fica só nos passinhos da dança.
O Li cresceu num vilarejo muito pobre no meio da China, quando o país era comandado por Mao Tse Tung (auge do Comunismo). Nesta época, o governo - querendo valorizar a cultura e arte chinesas - recrutavam crianças para se tornarem os artistas de Mao.
Dá uma olhada na resenha:
"Em um vilarejo extremamente pobre do nordeste da China, um jovem camponês está sentado em sua velha e frágil carteira escolar, mais interessado nos pássaros lá fora do que no 'Livro Vermelho de Mao' e nas pobres palavras nele contidas. Naquele dia, porém, homens estranhos chegam à escola - os delegados culturais de madame Mao. Estão à procura de jovens camponeses que, depois de receberem a formação necessária, possam tornar-se os fiéis guardiões da grande visão de Mao. O garoto observa um dos colegas ser escolhido e levado para fora da sala. A professora hesita. Deve ou não deve? Quase desiste. Mas, no último momento, toca no ombro do oficial e aponta o garoto miúdo. 'Que tal ele?', ela pergunta. Em um único momento, a possibilidade mais remota mudou de modo indescritível o curso da vida de um garoto. Ele faria parte de algumas das maiores companhias de balé do mundo. Um dia seria amigo do presidente e da primeira-dama, de astros do cinema e das pessoas mais influentes dos Estados Unidos. Seria uma estrela - o último bailarino de Mao, o queridinho do Ocidente. Esta é a história de Li Cunxin - uma narrativa que poderia ter desaparecido, como as vidas de outros milhões de camponeses, em meio à revolução e ao caos."Vale  lembrar que Li quando foi levado pro balé de Mao tinha apenas nove anos. Uma criança longe de toda família e que passa a viver em regime de exército.
Li, depois de longos anos, vem pros Estados Unidos pela primeira vez e aí a história ganha novos ares. Ele narra as surpresas do Capitalismo; a emoção de poder comprar tudo e de experimentar o primeiro gole de uma bebida típica dos americanos: a Coca Cola! Fala sobre suas decepções quando descobre que tudo o que acreditava não era - digamos - bem assim. Mao não era um rei. A China não era o melhor lugar do mundo...
Adeus China é uma história de perseverança, de luta e, sobretudo de amor. Li Cunxin mostra, numa narração bem gostosa, que talento a gente é que faz e pra conseguir vitória, a gente tem que suar a camisa (literalmente!!!).



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