terça-feira, 27 de março de 2012

Na torre da Princesinha

E a Princesinha chorou!
Talvez porque estivesse no final da TPM. Talvez porque se iniciasse uma gripe. Talvez porque finalmente tinha lido "A chave de Sarah" (história tão linda quanto triste).
Não existia motivo certo. Não cabiam razões exatas. Não havia dor, nem mágoa, tampouco rancor. 
Era só vontade de lavar a alma; de colocar pra fora o que nem ela sabia direito que ainda guardava.
Podia ser que fosse saudade. Não era. Mais se parecia com vontade. 
Vontade de abraço que não tinha mais. De beijo que não tinha mais. De palavra que não tinha mais.
Vontade de fazer manha; de fingir que dói o que não dói tanto assim. Vontade de gritar "pai" e ver tudo se resolver num passe de mágica.
Já fazia algum tempo que ela tinha descoberto: mágicas não existem e mesmo se você rezar alto pode ser que ninguém te ouça. Princesinha sabia. O mundo era injusto e aspirina não cura doença de alma. Do mesmo jeito que às vezes é só chorando que a gente limpa o caminho.
E ela chorou.
Chorou por não ser quem realmente queria ser. Chorou por tudo ser sempre tãããão difícil. Chorou pelas flores que ficaram no caminho e pelas pedras que ainda estavam na mochila. 
Chorou por lembrar que assim como ela, tinha muita gente só querendo chorar. Lembrou da amiga, do marido, do irmão, da mãe. Lembrou de tanta gente e lembrou do pai.
Sim, o mundo era injusto e Princesinha já nem tinha mais seu pai. E ela chorou, chorou e chorou.
Aí, o ventou soprou o sol entrou e lá foi ela cuidar.
A vida continua....


***Depressão total!!!


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